Entenda o caso Lupo e por que outras empresas brasileiras estão seguindo o mesmo caminho
A fabricante centenária de meias Lupo, sediada em Araraquara (SP), tomou uma decisão simbólica em 2023: abrir sua primeira fábrica internacional em Ciudad del Este, no Paraguai. Mais do que uma estratégia de expansão, a mudança foi uma resposta à crescente pressão tributária no Brasil, intensificada com a aprovação da Lei 14.789/2023. Segundo a CEO da companhia, Liliana Aufiero, “O Brasil empurrou a gente para o Paraguai”.
Neste artigo, explicamos os motivos por trás dessa decisão, os impactos da nova legislação tributária brasileira e o que leva tantas empresas nacionais a migrarem parte de suas operações para o exterior.
Por que a Lupo foi para o Paraguai?
A nova unidade em Ciudad del Este foi inaugurada em junho de 2023, com capacidade para produzir 20 milhões de pares de meias por ano. A escolha do Paraguai está relacionada a três fatores:
- Custo de produção 28% mais baixo do que no Brasil
- Tributação simplificada: modelo “10-10-10” (10% IR, 10% IVA, 10% IRPF)
- Energia elétrica e mão de obra mais baratas
Segundo Aufiero, a mudança foi uma forma de manter a competitividade frente à entrada massiva de produtos importados no mercado brasileiro, principalmente da Ásia.
Lei 14.789/2023: o estopim para a mudança
Sancionada em 2023, a Lei 14.789/2023 alterou a forma como incentivos fiscais estaduais (como os de ICMS) são tributados no nível federal. Na prática:
- Subvenções de custeio passaram a ser tributadas por IRPJ, CSLL, PIS e Cofins
- Houve aumento expressivo da carga tributária federal sobre operações regionais
Empresas que recebiam incentivos de estados como Bahia e Ceará passaram a ver seus lucros corroídos por tributos federais. Isso afetou diretamente a Lupo, que tem operações em estados incentivados.
O Paraguai como destino preferido das indústrias
O Paraguai tornou-se o principal destino de indústrias brasileiras que buscam redução de custos e eficiência fiscal. Destaques do ambiente paraguaio:
- Regime de Maquila: apenas 1% de imposto sobre valor agregado local
- Isenção de tributos sobre remessas de lucro ao exterior
- Burocracia simplificada e rápida abertura de empresas
Segundo dados da Rediex (Paraguai), mais de 223 indústrias brasileiras operam sob o regime de maquila atualmente.
Casos semelhantes ao da Lupo
Empresas como Guararapes (Riachuelo), Buddemeyer, Marisol e Malwee também expandiram operações para o Paraguai. No total, estima-se que 69% das maquiladoras paraguaias são de capital brasileiro. O objetivo é claro: manter a produção competitiva e contornar o Custo Brasil.
O que isso significa para o empresariado brasileiro?
O caso da Lupo revela um movimento crescente de internacionalização industrial. Empresários buscam jurisdicoes com tributação mais eficiente, menor burocracia e estabilidade. Isso reforça a importância de um planejamento patrimonial e fiscal sólido.
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Leitura complementar
- Lei Maquila no Paraguai: Oportunidade Tributária para Empresários
- Guia Completo sobre Empresas Offshore: Benefícios, Regulações e Estratégias
- Benefícios Fiscais do Paraguai: guia completo (e prático) para empresários brasileiros

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Por causa do menor custo de produção (28% inferior ao Brasil), do regime fiscal simplificado e da concorrência com produtos asiáticos mais baratos. A empresa buscou manter competitividade sem perder qualidade.
É a lei que passou a tributar incentivos fiscais estaduais no âmbito federal, tornando subvenções de custeio parte da base de cálculo do IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. Isso elevou o custo tributário de empresas beneficiadas.
É um regime paraguaio que isenta tributos na importação de insumos e aplica apenas 1% de imposto sobre o valor agregado para produtos exportados. É voltado para indústrias que produzem com foco na exportação.
Sim. Empresas como Riachuelo, Buddemeyer, Malwee e Marisol também abriram fábricas no Paraguai para aproveitar incentivos fiscais, mão de obra mais barata e energia mais acessível.
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